Esta semana fui obrigado a tomar uma decisão… decisão essa que foi, provavelmente, das mais difíceis de tomar na minha “carreira” de treinador. Como tomar uma decisão com base no bom senso e respeito por todos, se esta vai contra tudo aquilo que tentei passar para os meus miúdos, durante os anos que estamos juntos?
Realmente não é fácil tomar decisões, muito menos destas. Se alguém pensa que ser treinador, é apenas mandar, está muito enganado. Por vezes, temos de tomar decisões que custam muito a todos… ao próprio jogador, aos colegas e mesmo ao próprio treinador. Há momentos assim… Seja como treinador, jogador, ou simplesmente humano… diariamente somos confrontados com necessidades de tomadas de decisões incomodas e difíceis, algumas certas e outras erradas… que nos influenciam a não só a nós próprios, mas, muitas vezes, muitos outros. Infelizmente não há forma de fugir delas… Como responsável (independentemente de perceber ou não alguma coisa de Futsal ou futebol) é minha obrigação não fugir dessas decisões, por muito difíceis que estas sejam de tomar. E assim o fiz… baseado em parâmetros sólidos, válidos para qualquer empresa, clube ou vida de qualquer pessoa. E analisando friamente, a decisão foi a mais correcta possível.
No entanto, no processo de tomada de decisão ignorei algo… não estamos num clube qualquer, nem numa empresa qualquer, nem esta é a vida de uma pessoa qualquer. Estamos no Vila Saloia onde tudo são dificuldades, onde tudo se faz de luta… onde tudo se transforma em magia…… e olhando para trás, recordo os momentos (uns maus, outros fantásticos) pelos quais passámos. Ainda esta época me recordo do espírito aquando do falecimento do Avo do Carreira, a forma como nos unimos para “vingar” a derrota da 1ª volta com o ACO e outros mais… relembrei que todos eles não teriam sido possíveis, caso os valores que tentei passar durante estes anos, não tivessem sido assimilados. Valores como união, família, lutar juntos como um só, deixar de lado interesses pessoais e olhar para os interesses colectivos... todos brancos… todos pretos… são hoje assimilados e demonstrados em cada jogo que fazem, em cada luta que têm pela disputa de bola, treino, jogo ou mesmo as minhas tomadas de decisão… São valores que, estou certo, os marcarão para o futuro e que não me podem deixar indiferente. Hoje vejo estes miúdos, não só em campo, mas sobretudo foram dele, jogarem à Vila… pressão sempre a campo inteiro… à procura da bola… de golos… de sonhos. E porque não posso ignorar as nossas raízes, aquilo que faz de nós quem somos, decidi repensar a minha decisão e tomar uma nova decisão. Para uma família que é enorme quando está junta, a falta de um elemento, seja ele qual for, é sinal que não estamos completos, física e/ou emocionalmente, pelo que não estamos no máximo das nossas potencialidades. Por isso, e porque este é um sonho deles, individualmente, mas sobretudo como um só, decidi rectificar a convocatória:
Queivan
Carreira
Dauta
Dioguinho
Diogo
Jorge
Filipe
Mario
Nilton
Marco
Pedro
Elson
Estou cero que fisicamente não estamos no máximo… mas vamos a jogo com todo(s) o(s) nosso(s) coração(ões) e alma(s)…
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